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Chile

Longas listas de espera para atendimento especializado são um problema histórico que afeta os sistemas de saúde do Chile. Saiba como a Movement Health está abordando esse problema.

A HISTÓRIA

Longas listas de espera são um problema histórico que afeta o sistema de saúde do Chile. Eles são causados, entre outros motivos, por ineficiências nos fluxos de trabalho internos, principalmente quando se trata de interação com o paciente e tomada de decisão. Atrasos no diagnóstico e tratamento resultam em maiores taxas de doença e mortalidade, com enormes impactos na qualidade de vida dos pacientes. Devido ao alto crescimento de soluções tecnológicas no Chile e ao potencial de implementação (dado o interesse institucional em aumentar o uso de dados na tomada de decisões), a ciência de dados e as soluções digitais poderiam ser usadas para reduzir as listas de espera no Chile. O governo chileno fez da redução do tempo de espera para tratamento do câncer uma prioridade particular em seu plano geral para lidar com os atrasos no tratamento nacional. Por isso, Movement Health 2030 está trabalhando com o Instituto Nacional de Torax (INT) e o Centro Nacional de Sistemas de Informação em Saúde (CENS) para desenvolver uma solução piloto integrada com quatro start-ups para melhorar a lista de espera de câncer de pulmão do INT vezes. O objetivo de longo prazo é ampliar a solução para cobrir outras patologias e centros de tratamento.

 

O DESAFIO

Longas listas de espera para atendimento especializado são um problema histórico que afeta os sistemas de saúde do Chile. O diagnóstico e tratamento tardios resultantes das condições de saúde aumentam a carga de doenças evitáveis ​​e a mortalidade e têm enormes impactos na qualidade de vida dos pacientes.

ESTATÍSTICAS DO PAÍS:

• Em 2020, quase 2 milhões de pessoas no Chile esperavam por uma consulta médica, odontológica ou cirúrgica; as listas de espera têm aumentado ano a ano a uma taxa de 365% (MINSAL, 2020).

• O problema das listas de espera também foi agravado pela pandemia do COVID-19: nos primeiros meses de 2020, as cirurgias eletivas caíram 43% e as consultas especializadas 38% (Bastias et al., Pontificia Universidad Católica de Chile, 2020 )

 

A ABORDAGEM: COMO IDENTIFICAMOS O DESAFIO?

A equipe do Movement Health 2030 seguiu uma abordagem de 3 etapas para identificar os principais desafios enfrentados pelo sistema de saúde do Chile:

  1. Análise de mesa redonda envolvendo ex-ministros da Saúde, atuais representantes do Ministério da Saúde, CTOs dos serviços de saúde e hospitais privados, líderes de organizações de pacientes, o presidente nacional do HL7 e representantes de empresas de infraestrutura digital.

  2. O estabelecimento de uma parceria entre o CENS (Centro Nacional de Sistemas de Información en Salud), o INT (Instituto Nacional De Torax), Endeavor, CIFS (Copenhagen Institute for Future Studies) e a Roche.

  3. Desafio de inovação aberta: "startups" de alto crescimento foram convidadas a co-criar uma solução com a rede que não apenas abrangesse a experiência do paciente e transformasse processos dentro do INT, mas também fosse escalável para instituições de saúde similares.

AMBIÇÃO E VISÃO: COMO ESTAMOS ENFRENTANDO O DESAFIO?

Para começar a enfrentar o desafio identificado e validar as recomendações criadas pela equipe de saúde do Movimento Peru com as principais partes interessadas locais, um piloto está sendo desenvolvido em colaboração com o Governo Regional de Cusco e Associados de Entrega. Um método inovador de gestão pública foi desenvolvido para aumentar a capacidade das autoridades regionais de saúde para transformar recursos financeiros em resultados de saúde. Este método também será apoiado por um painel para melhorar a gestão da informação e a conectividade entre os diferentes atores institucionais regionais responsáveis ​​pela gestão da saúde. O piloto está sendo implantado em 89 clínicas e hospitais da rede básica de saúde (Red Salud Norte), que atende aproximadamente 500.000 cidadãos da região.

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RESULTADOS PROJETADOS E ENTREGAS:

  • Melhoria das capacidades de planejamento e estratégia dos funcionários regionais de saúde para facilitar a descentralização bem-sucedida (do nível nacional para o regional) da gestão e dos gastos com saúde.

  • Melhor gestão do conhecimento e tomada de decisões orçamentárias orientadas por dados entre os atores institucionais de saúde. 

  • Saúde de maior qualidade, mais acessível e mais oportuna para os cidadãos peruanos.

  • Uma melhoria radical nos principais indicadores de desempenho, principalmente para o desenvolvimento da primeira infância e a produtividade do pessoal de saúde, sem a necessidade de aumentar os gastos orçamentários.

  • Um modelo simples, mas inovador, que pode ser usado por qualquer governo regional no Peru para implementar as principais intervenções estratégicas de políticas públicas, como desenvolvimento da primeira infância, assistência oncológica e telemedicina.

PRÓXIMOS PASSOS: COMO A ABORDAGEM E A SOLUÇÃO PODEM SER ESCALADAS?

  • Como os desafios de execução orçamentária e as questões de governança em vários níveis identificadas pelo Movement Health são muito semelhantes em todas as 26 regiões do Peru, o modelo de nível regional desenvolvido em Cusco pode ser replicado em outras regiões analisando as partes interessadas locais e aproveitando o conhecimento e alianças construídas durante o piloto inicial.

  • O modelo poderia ser apresentado ao Ministério da Saúde e ao Ministério da Fazenda como uma iniciativa para facilitar a descentralização da saúde e melhorar a capacidade regional de prestação de serviços de saúde.

  • O modelo peruano também pode ser apresentado às principais partes interessadas de organizações multilaterais para identificar possíveis parceiros para ampliar a experiência e exportá-la para outros países.

REFERENCES

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